Medicina, história e tecnologia: Dr. Walmor Piccinini

Medicina, história e tecnologia: Dr. Walmor Piccinini

Professor, escritor, historiador, apaixonado por livros e um dos pioneiros da tecnologia de informação em medicina, o psiquiatra Dr. Walmor Piccinini destaca a qualidade da produção científica da psiquiatria brasileira e projeta os próximos passos da Fundação Universitária Mário Martins rumo à perpetuidade.

A trajetória de vida e profissão do psiquiatra Dr. Walmor Piccinini está ligada não só à Fundação Universitária Mário Martins, como também à história da psiquiatria e da medicina no Rio Grande do Sul.

Professor do Curso de Formação em Psiquiatria por mais de 24 anos, ainda é colaborador ativo da FUMM, disponibilizando sua vitalidade aos 84 anos e sua vasta experiência técnica, acadêmica e de profundo conhecedor da evolução dos processos de atendimento em saúde mental.

Sua instintiva curiosidade pelo novo o levou, em 1995, a estudar nos Estados Unidos a aplicação das possibilidades da informática na psiquiatria. E não parou mais: “Criei e ajudo a administrar o site da Associação Brasileira de Psiquiatria, atualmente sou editor da Psychiatry online Brasil (www.polbr.med.br), que publica mensalmente artigos técnicos, históricos e científicos, e mantenho o Índice Bibliográfico Brasileiro de Psiquiatria (http://www.biblioserver.com/walpicci), que pretende coletar toda produção dos psiquiatras brasileiros publicadas em revistas indexadas”. Hoje, já são mais de vinte mil registros.

E não é só isso. Apaixonado por informações e livros– lê diariamente o New York Times e o Washington Post, além de jornais locais – sua biblioteca física e digital reúne mais de trinta mil títulos – “também faço muitas doações a organizações da área”, observa, reafirmando seu estilo de difusor do conhecimento.

Essa paixão o levou, quase que naturalmente, a se tornar praticamente um historiador da psiquiatria gaúcha e brasileira. “Sou um colecionador, então o registro de memórias se tornou quase uma consequência”, afirma. Além de colaborar com o livro que marcou os 32 anos da FUMM – “Uma História com Muitos Nomes”, seu depoimento está registrado no Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul e atua na coleta de dados históricos da Associação Brasileira de Psiquiatria.

 

“A Mário Martins é um exemplo para todo o país”

Segundo o Dr. Walmor, “a Mário Martins é uma exceção no mundo psiquiátrico brasileiro”, assegura. “Porque mantém uma fidelidade ao trabalho com princípios psicodinâmicos e também é um centro de formação de excelência de psicoterapeutas”.  Ele afirma que “na psiquiatria em geral, a psicoterapia ficou em segundo plano. Aí, outras áreas ascenderam. Eu diria que a Mário Martins é um bastião de resistência e persistência em psicoterapia, psicodinâmica. É um modelo para todo o país. Graças ao trabalho persistente, teimoso até, da direção da FUMM”.

No entanto, faz uma importante observação para o futuro da Fundação: “Para ter continuidade, a renovação é essencial. Abrir espaços para novas lideranças. Não é fácil, mas é necessário. Um dos motivos para eu decretar minha aposentadoria foi justamente abrir espaço para dar oportunidade aos novos”.

Sobre o nível atual da psiquiatria brasileira, o Dr. Walmor ressalta a qualidade da Revista Brasileira de Psiquiatria: “É a mais importante da América Latina e uma das grandes do mundo, com alto índice de impacto, o que reflete o alto nível da produção científica da nossa psiquiatria atual”.

  • Acesse nosso Instagram para assistir ao vídeo do Dr. Walmor Piccinini.

 

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